domingo, 2 de outubro de 2016

Brisa em Corpo


 
Serei algo suave...

Passarei sem pedir...

Rapidamente sentirei, seus mais íntimos segredos...

Percebendo-os...

Livres com arrepios incontrolavelmente delirantes...

Assim farei uma invasão penetrante...

Em todo seu corpo insinuante...

Escaparei subitamente, feito brisa estonteante...

Terei o cheiro de seu corpo, como brisa desejante...

autoria: Renata Berlófa

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Brisa Suave


A noite se faz presente, com sua linda Lua.
Uma leve e suave brisa, umedece a terra nua.
Deixando tudo mais suave, mais agradável.
Até o ar, se torna bem mais respirável.

Brisa suave, que as plantas umedece.
Espalha um delicioso aroma, que a todos enternece.
Seu doce perfume, se mistura aos das flores.
Tudo isso leva ao idílio, aos amores.

Brisa suave nas noites de luar.
Nos faz sonhar, desejar e amar.
Ter alguém ao seu lado, para juntos pensar.
Em grandes façanhas e elas realizar.

Brisa suave traz recordação.
Afasta qualquer solidão.
Se torna presente, o amor a paixão.
Que mexe com qualquer solitário coração.

Brisa suave, numa noite de luar.
É um convite para qualquer um, para amar.
Para a solidão, num canto deixar.
E a paixão, com sofreguidão se entregar.


autoria: Lindamar C. Cardoso de Mello

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Não sou Santa

Sou rio que corre manso e sereno
Perde-se em ciclo num mar bravio
De sonhos em versos reeditados
Que acarinham meus bichos no cio.
Sou fogo predador, fêmea visceral.
Sei tecer intimidade com a solidão.
Sou clareira constantemente aberta.
Alma presa nos versos e na canção.
Acovardo-me às vezes diante do nada.
Se recuo e avanço é pra me proteger.
Visto-me de festa, inauguro guardados.
Num olhar de mormaço posso me perder.
É na luz do luar que tudo aflora.
Madrugada indecifrável, lampejos.
Aí sou rio que sem represas flui livre.
Guardiã destemida dos próprios desejos.

autoria: Glória Salles

sábado, 3 de setembro de 2016

"Silêncio"



Silêncio do riso abafado
Do canto chorado
Do choro contido

Silêncio do beijo negado
Do amor abortado
Assim sem aviso

Silêncio dos sonhos sonhados
Tão dilacerados
E por fim esquecidos

Silêncio da aridez permanente
Que trinca meu chão
De maneira pungente

Silêncio do calado tormento
Que se instala nas fibras
Do meu pensamento

Silêncio das asas caídas
Que me fazem prisioneira
Do ponto de partida

Silêncio do abismo que separa
Aquilo que sou do que quisera eu ser
Se me fora dado escolher

Silêncio eternamente sublimado
Do não manifesto pedido de amor
Que me permita ao menos uma sobrevida

Silêncio enfim
Da criança perdida
Vivendo no meio de gente crescida

Silêncio...
 
Fátima Irene Pinto

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

"A Voz do Coração"

Se meu coração falasse
Diria da ventura suprema de estar envolto em amor
Se meu coração falasse
Diria quanto dói a saudade de um ex-amor
Se meu coração falasse
Diria quanto pesa a angústia de uma injustiça
Se meu coração falasse
Seria o melhor poeta
Diria da beleza de uma rosa
Da paz de um sorriso infantil
Da graça de um beija flor
Se meu coração falasse
Provavelmente seria um arauto da parceria
Um profeta ensinando-nos o Paraíso
Um seresteiro, um poeta, um trovador!
Se meu coração falasse
Certamente cantaria doces canções exaltando os casais
Conversaria em linguagem própria com os animais

Diria versos às flores
Faria dueto com as águas do rio a correr
Diria carinhos ao Sol e às Três Marias
Se precisasse da escrita para se comunicar
Escreveria colorido
Talvez em vermelho paixão
Ou em prata que pegaria das noites de luar
E quem disse que ele não arranjou um jeito de falar?
Diz amo você com meu olhar
Entoa ternuras quando me ponho a cantar
Reveste-me de verdade crua quando estou a poetar
Pena que sua voz é baixinha
E nem todos podem ouvi-lo!
Só os amantes possuem o poder de escutar
A doce e meiga voz do coração...
Privilégio dos amantes, então... 
autoria: Magda Almodóvar